Trabalhador que ganha salário mínimo compromete 58% da renda com os itens básicos de alimentação

 

São Paulo – O preço médio da cesta básica caiu, em setembro, em 12 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. No entanto, segundo os dados divulgados nesta quinta-feira (6), os valores acumulam altas tanto no acumulado do ano como em 12 meses. Em alguns casos, acima da inflação.

No mês passado, as quedas mais expressivas foram registradas em capitais do Norte e do Nordeste: Aracaju (-3,87%), Recife (-3,03%), Salvador (-2,88%) e Belém (-1,95%). Os preços subiram em Belo Horizonte (1,88%), Campo Grande (1,83%), Natal (0,14%), São Paulo (0,13%) e Florianópolis (0,05%).

 

Cesta e salário mínimo

Em relação a setembro de 2021, a alta é generalizada. Varia de 8,41% (Vitória) a 18,51% (Recife). O mesmo acontece neste ano, com aumento em todas as capitais pesquisadas, com destaque para Belém (11,78%), Campo Grande (10,87%), Brasília (10,56%), Goiânia (10,29%) e João Pessoa (10,08%).

A cesta menos cara foi a de R$ 518,68 e a mais cara, de São Paulo (R$ 750,74), onde o valor aumentou 8,72% no ano e 11,48% em 12 meses. Com base na cesta paulistana, o Dieese calculou em R$ 6.306,97 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de uma família de quatro pessoas. Proporção de 5,20 vezes o piso oficial (R$ 1.212), a mesma de agosto e acima de setembro de 2021 (5,14 vezes).

 

Tempo médio e renda líquida

Assim, o tempo médio necessário para adquirir os produtos foi de 118 horas e 14 minutos, menos do que em agosto (119 horas e 8 minutos). E mais do que há um ano (115 horas e 2 minutos). Trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu 58,10% da renda líquida com a cesta básica, ante 58,54% no mês anterior e 56,53% em setembro do ano passado.

Entre os produtos, o preço do óleo de soja caiu em todas as cidades, assim como em agosto. “O maior volume de óleo de soja ofertado pela Argentina e a menor demanda interna pelo produto também propiciaram a queda nos preços”, afirma o Dieese. Também caiu o feijão carioquinha, cujo valor, no entanto, acumula alta no ano. “As altas cotações do feijão e a menor demanda reduziram o valor no varejo”, analisa o instituto. Houve ainda predominância de redução do açúcar, da batata e da carne bovina de primeira. E aumento do preço da manteiga.

 

Fonte: Rede Brasil Atual