O Dia Internacional das Mulheres teve origem no movimento operário e se tornou um evento anual reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), a partir da década de 1970. Essa data simboliza a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens. Inicialmente, a principal reivindicação era pela igualdade salarial, mas, atualmente, simboliza a luta das mulheres não apenas contra essa desigualdade, mas também contra o machismo e a violência.
A Assistente do Secretário-Geral e CEO do Pacto Global da ONU, Sanda Ojiambo, aponta três tópicos que precisam ser discutidos com mais força em 2023:
- Aumentar o número de mulheres em carreiras de Exatas, Ciências e Tecnologias
No Brasil, elas representam apenas 26% dos profissionais atuantes nesses setores, de acordo com o levantamento de 2021, financiado pelo International Development Research Centre. Outro estudo mostra que só 5% das startups brasileiras têm mulheres como fundadoras, segundo o Female Founders Report, da Distrito. É este também o percentual de liderança feminina entre as 100 startups mais relevantes do mercado nacional (Distrito).
- Tema maternidade: para que mulheres se sintam mais confortáveis para trabalhar e crescer profissionalmente
Segundo o IBGE, apenas 54,6% das mulheres com filhos pequenos estavam empregadas em 2021, contra 89,2% de homens na mesma situação. Muitas mulheres acabam abrindo mão de seus empregos para se dedicar à criação dos filhos e ainda sofrem discriminação de gênero quando querem retomar ao mercado de trabalho, tanto em processos seletivos como no dia-a-dia das empresas.
- Implementar políticas para equidade e igualdade nas remunerações
A remuneração da mulher corresponde a 80% do que o homem ganha para desempenhar as mesmas funções, segundo dados do IBGE. Mas o quadro piora quando olhamos o recorte racial: segundo estudo da Associação Pacto de Promoção da Equidade Racial, a partir da análise de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o trabalho da mulher negra representa menos da metade dos ganhos dos homens brancos.
É necessário abrir espaço para todas as mulheres e oferecer as mesmas condições de acesso, salário e segurança no trabalho. E os sindicatos são importantes ferramentas para garantir esses direitos!
ESPECIAL: Mulheres importantes e inspiradoras da história do sindicalismo brasileiro
Nesse mês, vamos compartilhar a história de quatro personagens que foram extremamente importantes para a luta dos direitos das mulheres e responsáveis pela inclusão da classe nos movimentos sindicais.
A primeira é Almerinda Farias Gama, pioneira na presença de mulheres negras e nordestinas no sindicalismo e na política brasileira.
Também vamos conhecer Elvira Boni de Lacerda, que juntou um grupo de mulheres para denunciar a situação precária das mulheres nas fábricas.
Depois, umas das mais importantes figuras no meio sindical: Margarida Alves, que pagou com a vida pela sua própria resistência.
E por fim, um exemplo vivo de mulher no sindicalismo: Creuza Oliveira, que segue lutando pelo respeito a todas as mulheres, em especial as negras.
Por Camila Banhatto/SON, com informações de Valor Investe e ONU Mulheres.