O Grupo de Altos de Estudos do Trabalho (Gaet), criado pelo governo, deixou claro ontem na reunião com as Centrais, na UGT, em SP, que seu foco é a reforma sindical. No dia seguinte (18), o encontro foi na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Fiesp, de orientação governamental.

 O sindicalismo levou ao encontro a Agenda da Classe Trabalhadora, documento finalizado pelo Dieese em 2018 e atualizado agora. O encontro na UGT, a pedido do Gaet, teve presença da CUT, CTB, CSB, Força, Nova Central e UGT, além do Dieese e Diap. O eixo estratégico da Agenda é a retomada do crescimento econômico, com mais emprego e renda. O movimento alerta para a necessidade de políticas públicas de combate ao desemprego e ao subemprego, que cresce no País.

Rogério Marinho, secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, coordena o Gaet. Ele explica que o encontro serviu pra ouvir e receber propostas sindicais. Argumenta: “Estamos nos abrindo para ouvir o que a sociedade pensa sobre relações de trabalho e não fique à margem do processo de mudanças”. Sobre o Grupo ser integrado só por especialistas e juristas, ele responde: “O Gaet é formado por pessoas capazes de produzir, de forma isenta, e, a partir daí, abrir um processo de discussão antes de enviar qualquer Projeto ao Congresso”.

Coordenador do Grupo e Secretário do Trabalho, Bruno Dalcolmo valorizou o diálogo e pediu às Centrais aprofundar as propostas da Agenda da Classe Trabalhadora. “Sem o apoio das pessoas e entidades, as propostas não cobrem a magnitude do desafio que temos à frente. Vamos trabalhar com liberdade e fazer diagnóstico de cada área, para adotar a melhor regulamentação”, observa.

CTB
Para Adilson Araújo, presidente da CTB, o Gaet é classista. “Esse Grupo instituído pelo governo aposta no projeto liberal e atende aos interesses do capital. Sob pretexto de modernizar, querem flexibilizar e retirar direitos”, afirma. A tarefa do Gaet é alterar a estrutura sindical. Adilson critica: “Estamos à beira de uma tragédia social, econômica e política. Não será reforma sindical que vai resolver os problemas do nosso povo. Precisamos de políticas de desenvolvimento, de emprego e renda”.

NCST
José Calixto Ramos, presidente da Nova Central, tenta ser otimista. Ele comenta: “Achei que ouviríamos propostas. Foi o contrário. Teremos que apresentar propostas ao Grupo, fazer o trabalho deles. Tento ser otimista. Espero não me enganar”.

UGT
Ricardo Patah, presidente da UGT, disse que foi surpresa a procura do governo para essa primeira conversa. “O caminho que estamos adotando de diálogo é melhor. Um movimento dividido não vai impedir qualquer mudança mais firme que o governo possa querer fazer”, disse.

Força
Segundo ele Miguel Torres, presidente da Força Sindical, o governo deve apresentar o modelo que existe no Chile, baseado na pluralidade. “Foca na proposta de um sindicato por empresa, que nós somos contra”, afirmou.

CSB
Antonio Neto, presidente da CSB diz: “É fundamental saber como pensa cada coordenador do Grupo. Como poderemos contribuir se não conhecemos as propostas do Grupo para cada área?”.

Documento – Clique aqui e acesse a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora.

Mais – Acesse o site das Centrais, do Dieese e do Diap.