Em audiência na Câmara dos Deputados, José Carlos Martins afirmou que medida do governo não contribui para o crescimento da economia

RIO — O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, criticou a medida do governo que libera o saque das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) . A declaração foi feita em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira.

— De repente virou um posto Ipiranga. Quando alguém (o governo) precisa de alguma coisa, vai ao FGTS, vai lá e retira (dinheiro do fundo) — critica Martins.

Segundo o presidente, o saque de R$ 500 por conta e a possibilidade de retirada de recursos anualmente ( saque-aniversário ) não contribui para o crescimento da economia, nem para geração de emprego. Ele afirma que a medida prejudica o setor da construção civil, um dos beneficiários dos recursos do fundo na construção de casas, por intermédio do programa Minha Casa Minha Vida .

— Estão tirando recursos de investimento para o consumo. É uma das raras poupanças que o Brasil tem. A gente insiste que os recursos do fundo sejam destinados para a geração de empregos formais. Com R$ 40 bilhões investidos no setor da construção civil seria possível construir 400 mil casas e gerar 400 mil empregos imediados — afirma.

Martins também criticou a decisão da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal , que aprovou ontem o projeto de que permite ao trabalhador sacar o FGTS para pagar curso de educação superior e cirurgias essenciais à saúde. O texto segue para a Câmara dos Deputados.